Resenha: As Tumbas de Atuan | Ursula K. Le Guin

O herói Ged cede espaço para a sacerdotisa Arha

As Tumbas de Atuan dá continuidade ao Ciclo Terramar e foi publicado pela primeira vez em 1970. Neste livro, diferente do primeiro volume, não temos uma longa jornada cheia de aventuras pelo mar, mas isso não quer dizer que não encontraremos o herói Ged. O que acontece é que ele só surge depois que conhecemos Arha - ou melhor, Tenar. 

Arha significa "devorada", e a pequena Tenar é obrigada a atender por esse nome quando se torna Sacerdotisa Única das Tumbas da ilha de Atuan, aos seis anos de idade. Ela foi escolhida ainda bebê, simplesmente por ter nascido na data em que a sacerdotisa anterior faleceu. Assim, ela é tirada de sua família e criada no Lugar das Tumbas, onde se pratica o culto aos sombrios deuses Inominados. As Tumbas de Atuan são nove pedras negras grandes, fincadas no Lugar desde tempos imemoriais, e dizem que são os túmulos dos tais Inominados, aqueles que governaram o mundo antes da existência dos homens.

Arha passa a infância nesse lugar, estudando com outras meninas e sendo preparada para assumir suas responsabilidades como sacerdotisa. Uma de suas tarefas é guardar o tesouro muito bem escondido nos labirintos subterrâneos das Tumbas de Atuan. Quando se torna adolescente, seu primeiro trabalho é escolher como morrerão prisioneiros enviados pelo rei-Deus de Kargad, uma ilha vizinha de Atuan. Ela decide que os prisioneiros ficarão no labirinto, sem receber comida nem água, e só serão retirados depois de mortos.

O papel da sacerdotisa é garantir que ninguém invada o labirinto e tome seus tesouros. Assim, quando Arha descobre um invasor estrangeiro, o mago Ged, perambulando sob as Tumbas, ela imediatamente o tranca lá dentro, para que morra aos poucos. Ela o observa por alguns pontos estratégicos que dão para o subterrâneo e vê o mago definhar de fome e sede, sem poder sair nem encontrar o que foi buscar. Arha, que afinal é uma garota boazinha, começa a entrar em desespero ao vê-lo perder as forças e toma uma decisão radical: leva seu guarda, Manan, para ajudá-la a lidar com o mago e salvar sua vida.  

As Tumbas de Atuan é uma obra mágica e delicada. A mudança na personalidade do feiticeiro Ged (em relação a O Feiticeiro de Terramar) é impressionante, e a relação entre Arha e o mago dão um tom de romance que deixa o livro muito gostoso de ler.

Resenha de O Feiticeiro de Terramar - Volume 1 do Ciclo Terramar

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